Aqui
existia uma escola, hoje se tem prédios; eu não os vejo, vejo a escola que por
um momento não lembro o nome, porém torna e quando torna toda ela é concreta e
surge diante dos meus olhos, para me convencer que os espaços são feitos pelo
que sentimos de modo que ao passar pelas ruas da Maraponga ainda vejo escolas
mortas e pés de jambos; ela toda é e existe com escolas mortas e pés de jambos,
tudo sempre como ontem, enxergo com olhos de passado.
*
Um
homem galopa a cavalo, com se fosse ontem, se eu não tivesse feito à escolha de
descumprir uma obrigação não teria visto isso, como não teria escutado esses
pássaros, não teria sentido esse vento, não teria expulsado essa formiga e
todos esses presentes de vida improvisada que agora ganho da lagoa da Maraponga.
*
Verdade
que eu deveria estar fazendo minha obrigação, mas não fazer também me obriga.
*
Aqui
redescubro um território que é tão meu, redescubro que tenho medo de gentes.
Queria estar só, sendo que estar só é impossível.
*
Esquadrinho
minha memória para descobrir em que momento eu ganhei o medo de gentes. Não, eu
não tenho medo de gentes, nunca tive, tenho medo de perdas.
-
Territórios,
terrenos transitórios. Nem sei o porquê desse pensamento, sei que de alguma
maneira esse pensamento me salva o dia.
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Decifra-me e devoro-te